Fortaleza do período Hasmoneu está sendo escavada pela primeira vez em Israel

Uma colina desértica no deserto da Judéia chamada "Hircânia" é um dos locais históricos mais interessantes da Terra Santa, mas nunca foi escavada até hoje.

Arqueólogos e voluntários se reuniram no mês passado pela primeira vez para cavar e pesquisar o magnífico local, cuja história remonta ao século II aC.

"O significado arqueológico do local é tremendo. Desenterrar as evidências é algo que nos impressiona", disse Michal Haber, um dos arqueólogos que liderou as escavações. 

A Hircânia é mencionada no livro de Flávio Josefo "Antiguidades Judaicas" como uma das três fortalezas que a rainha Salomé Alexandra, esposa de Alexandre Janneau (o segundo rei hasmoneu que governou a terra durante o primeiro século aC ), recusou-se a ceder ao grupo fariseu. 

Mais tarde, o local foi associado ao famoso rei Herodes, o Grande. Era conhecido como o lugar onde o rei da Judéia, nomeado pelos romanos, aprisionava e torturava seus rivais. A fortaleza também está ligada ao pergaminho de cobre, um dos famosos pergaminhos do Mar Morto, que contém instruções sobre um misterioso tesouro. 

Dr. Oren Gutfeld, chefe da escavação, tem uma longa história de pesquisa na área. Ele escavou os túneis localizados na encosta da colina, túnel que ele acreditava estar associado ao pergaminho de cobre.

"Presumimos que os tesouros mencionados no pergaminho são os tesouros do templo. O falecido arqueólogo Hanan Eshel sugeriu que eles também são tesouros da primeira era do templo", disse Gutfeld, "conduzimos escavações em dois locais, de dois túneis no sopé. Eles eram enormes - dois metros de altura, um metro de largura e 123 metros de comprimento." 

Infelizmente, nenhum tesouro foi encontrado nos túneis.

Cavar na Hircânia foi considerado um grande desafio. Ele está localizado em uma área remota no coração do deserto da Judéia. Demora cerca de uma hora de carro e outra meia hora de caminhada para chegar ao topo da colina. 

Até recentemente, estava dentro de uma zona de treinamento militar, e também fica na área C da Cisjordânia. O acesso limitado ao local levou a equipe a usar animais para o transporte de equipamentos pesados ​​​​para o topo do morro. É também uma zona extremamente quente, que por vezes sofre inundações.

No entanto, cerca de 20 escavadores entusiastas vieram aqui no meio de uma onda de calor.

“Encontramos alguns vidros que para mim foram únicos”, disse Kevin Sullivan, voluntário dos Estados Unidos. 

“A história antiga é a nossa história e, à medida que descobrimos a história, sentimos que estamos fazendo história aqui hoje”, disse Bill Hild, professor de arqueologia da Carson Newman University, que também esteve envolvido na escavação ao lado da Hebrew University.

Outra entidade que participa das escavações é a American Veterans Archaeological Recovery, uma organização que ajuda veteranos de guerra que enfrentam desafios em suas vidas. Dr. Stephen Humphreys CEO da organização diz que a iniciativa começou em 2016. 

"Acho que o que estamos fazendo é dar a eles um propósito. Os arqueólogos israelenses são tão persistentes que isso ajuda os veteranos a superar alguns de seus sintomas", disse o Dr. Humphreys.

Até agora, a equipe conseguiu descobrir uma parte de um mosteiro bizantino, baseado no uso secundário de pedras do período do segundo templo. Eles também encontraram alguns itens fascinantes, como um anel de ouro com uma antiga inscrição em árabe.

O nome Hircânia refere-se a João Hircano, um líder macabeu e sumo sacerdote judeu do segundo século aC . A equipe espera continuar sua expedição centenas de anos depois que o local foi abandonado e se tornou alvo de saques de antiguidades.

Matéria retirada do portal I24News.